SERVENTIA
De que serve a paixão?,
questiona o presente ao tempo passado.
Em horas, às vezes instantes,
acendeu um lado do amor,
um lado da dúvida,
um lado da vida.
Depois se esvaiu, mas dela
um traço ficou – este magro arfar
que do nada vem à memória.
Com ele, apesar de pouco,
voltar se pode à pausa
entre duas chamas,
dois impulsos, duas dádivas;
voltar se pode, em meio
a palavras que se movem.