SONHADOR
Em horas de ócio
consigo voltar à infância.
E quem não consegue?
O vento, se havia,
mal tocava a consciência. Então
ungia a pele dos olhos
igual à luz num sonho.
Vontades novas nasciam. Com elas
levava as mãos às coisas
nas palavras guardadas e, brevemente
feliz, tecia na alma
o que pudesse um dia ser.